- A centralização decorrente de necessidade/
interesses econômicos (unificação da legislação, mas também expansão
territorial) ou centralização como expressão de um processo histórico de
racionalização?
Livro: Nação e Nacionalismo - Hobsbawn
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Processo de unificação alemã:
Pensa nas questões internas e externas (era de interesse da França e da Rússia
a fragmentação alemã).
Engels
coloca como pontos para analisar a unificação:
- Nacionalismo, expansionismo e rivalidade
entre nações (destaca a guerra como condição para a unificação).
- Guerra como possibilidade de unificação
(Alemanha) – p.427 e a guerra como exigência para a manutenção do poder
(França). No entanto, a derrota da França representou o fim do império e o
advento da república.
- Fala da questão da Alsácia/Lorena (que
circulou entre o comando da França – Alemanha)
- Coloca a função
de Bismarck;
- Coloca o papel de Luis Napoleão Bonaparte (solidificou o domínio da
burguesia).
Revolução
Francesa: estabelece um início de instabilidade
política. E, com o império de Luís Bonaparte assegura a tranquilidade
necessária para a burguesia prosperar (início da industrialização francesa).
·
Império: mas não no sentido de monarquia
- Luís Bonaparte: foi hábil em jogar com o sufrágio
universal (443). Luís Bonaparte não é o representante da burguesia, por isso
ele dá um golpe de Estado– relação com o 18
de Brumário.
- Sufrágio Universal acaba sendo
utilizado como uma arma, ao estender a possibilidade a possibilidade de voto
aos camponeses (foram os camponeses que elegeram Luís Bonaparte). Neste momento
se vê o sufrágio universal como opressão das massas.
(p.429-430) – A partir de Luís Bonaparte
os ideais da Revolução Francesa são espalhados para a Europa.
- Alsácia
e Lorena: queriam manter os ideais/ características francesas, mesmo
quando dominados pela Alemanha (França).
Por
que precisa da figura de Bismarck?
A burguesia prussiana não consegue se
impor, e fazer uma revolução como ocorreu na França. Engels vai falar da
fraqueza de liderança da burguesia prussiana (p. 445-6).
·
PRIMAVERA DOS POVOS:
pensar o 1848 – massas que se organizaram
- Se a burguesia não consegue fazer a
Revolução pode ser que as classes populares consigam e, isso é um perigo,
porque pode ser construída contra a burguesia.
Dá-se o nome de Revoluções de 1848 à
série de revoluções na Europa central e oriental que eclodiram em função de
regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, de falta de
representação política das classes médias e do nacionalismo despertado nas
minorias da Europa central e oriental, que abalaram as monarquias da Europa,
onde tinham fracassado as tentativas de reformas políticas e econômicas.
Também chamada de Primavera dos Povos, este conjunto de revoluções, de
caráter liberal, democrático e nacionalista, foi iniciado por membros da
burguesia e da nobreza que exigiam governos constitucionais, e por trabalhadores
e camponeses que se rebelaram contra os excessos e a difusão das práticas
capitalistas.
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(445-446) – Por que se apelar às massas? Segundo Engels, a burguesia
desaprendeu a apelar às massas em 1848. A burguesia passou a ter medo das
massas, elas não são confiáveis, não podem ser contidas (aqui é possível
lembrar da era do terror na Revolução Francesa).
·
1962 – Bismarck ocupou posição importante na Prússia (a Prússia era
um império). Pesquisar: Guerra com a Áustria.
- Bismarck tinha controle do exército;
- A vitória sobre a Áustria não é
suficiente para a unificação, é necessário um auxílio externo (aqui entra o
papel da França). Os Estados do sul da Prússia resistiam à unificação.
Alemanha em 1815
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- A unificação
alemã dá origem ao império (diferente da Revolução Francesa – monarquia
que leva à República).
·
Império:
a burguesia enfraquecida +os junkers (proprietários de terra) que ainda mantém
poder + operários: disputa, equilíbrio frágil de forças. Daí a transição para
um governo parlamentar não era desejável, por isso o império.
Sobre
as revoluções burguesas: se fala do modelo da revolução Francesa e
também do modelo prussiano/ via prussiana. A via prussiana aparece no texto de
Lênin, se referindo a ideia de uma conciliação de interesses. Uma fora de
modernização conservadora (os junkers perdem, mas nem tudo)
Dica: Filme “o Leopardo” de Visconti –
fala sobre a unificação italiana.
Neste filme, o sobrinho se alia aos
revoltosos, com uma frase “é preciso que tudo mude para que nada mude”: posso
perder os títulos, mas não o campo de poder.
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- Gramsci
chama de Revolução Passiva: marcada pela exclusão das massas. Gramsci
dá como exemplo a unificação alemã.
Ø Uso dos termos no Brasil:
Revolução
de 30 – não é uma Revolução burguesa, mas sim uma revolução
passiva. É um acordo entre classes: burguesia ganha, mas os latifundiários
continuam. Houve uma melhora para o povo, mas principalmente para a população
urbana (a maior parte da população era rural). Esta é uma leitura possível.
Professora queria destacar duas formas
diferentes de ver a violência: Engels e Giddens
Pesquisar
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Um
pouco de História: Os Estados Alemães
Uma semana depois de se ter iniciado em
Viena, o movimento revolucionário de 1848 espalhou-se aos estados alemães. Desde 1815 esses estados tinham formado, juntamente com a
Áustria, os trinta e oito membros da Confederação Germânica. Os vários
príncipes mantinham ciosamente a sua semi-independência, mas entre o povo
difundia-se cada vez mais o desejo da unificação num estado nacional.
• Os homens de
negócio batiam-se por esse ideal, na convicção de que ele faria florescer o
comércio.
• Os nacionalistas exigiam-no, alegando a
unidade de cultura e de raça.
Em consequência, a revolução alemã de 1848 teve o
duplo caráter de uma cruzada em prol de um governo mais
liberal e de um movimento de unificação. Em maio de 1848, liberais e
nacionalistas convocaram uma grande convenção nacional em Frankfurt a fim de
redigir uma constituição para uma Alemanha unificada. A Assembleia de Frankfurt
dispersou-se pouco depois, desalentada, sem ter absolutamente nada para
apresentar como resultado dos seus esforços.
Estava reservado ao firme realismo de Bismarck levar a
cabo a unificação da Alemanha. Otto von Bismarck (1815-98) pertencia pelo
nascimento à classe dos junkers ou nobres rurais. Mais tarde, Bismarck ajudou a
organizar o partido conservador, dedicado a proteger os interesses dos junkers,
da igreja oficial e do exército, e a erigir uma Prússia poderosa como núcleo da
futura nação alemã. Em 1862, o rei Guilherme I nomeou-o presidente do conselho
de ministros da sua adorada Prússia.
Na
consolidação dos estados alemães numa nação unida Bismarck observou uma série
de fases:
1. Em primeiro
lugar projetou eliminar a Áustria da sua posição de hegemonia na
Confederação Alemã.
2. Em 1864, Bismarck convidou a Áustria a participar de uma guerra contra a
Dinamarca.
3. Áustria e Prússia vencem, mas ocorre
uma contenda entre os vencedores em torno da divisão dos despojos. O resultado
final foi lançarem-se ambos à guerra em 1866. O conflito que se seguiu, conhecido como a Guerra das Sete Semanas, terminou
pele fácil triunfo da Prússia. A Áustria foi forçada ceder território para a
Prússia, a ceder Veneza à Itália e a consentir na
dissolução da Confederação Germânica.
4. Imediatamente após a guerra Bismarck
procedeu à união de todos os estados alemães situados ao norte do rio Reno numa
Confederação Germânica do Norte.
O passo final na consecução da unidade
alemã foi a Guerra Franco-Prussiana. Já conhecemos
o papel desempenhado por Napoleão III ao provocar uma crise com a Prússia sobre
a questão da sucessão espanhola. Atitude
de Bismarck: porém, não foi menos provocadora. Sabia que uma guerra com a
França seria o melhor meio de estimular um nacionalismo alemão.
®
GUERRA
FRANCO PRUSSIANA: A guerra franco-prussiana foi um conflito
armado envolvendo a França contra um conjunto de estados germânicos liderados
pela Prússia, que se desenrolou entre 1870 e 1871. Em sua origem estava a
política desenvolvida pelo chanceler prussiano Otto von Bismarck, com a
intenção de unificar a Alemanha. Em oposição, o imperador francês Napoleão III tinha como objetivo reconquistar o
prestígio perdido interna e externamente, depois de inúmeros reveses
político-diplomáticos. O poderio militar prussiano também constituía uma
ameaça à supremacia francesa no continente europeu.
Com altas ambições políticas de ambos os lados, a
primeira questão que colocasse as duas potências em lados opostos seria o
bastante para iniciar o conflito, e este episódio acabou sendo a disputa pela sucessão ao trono da Espanha. O que
precipitou os eventos da guerra foi a candidatura de Leopoldo, príncipe de
Hohenzollern-Sigmaringen e primo do rei da Prússia, ao trono espanhol, vago
logo a seguir à revolução espanhola de 1868. Pressionado por Bismarck, Leopoldo
aceitou a candidatura, e o governo francês, alarmado com a perspectiva de uma
aliança prussiano-espanhola, ameaçou declarar guerra à Prússia caso essa
pretensão não fosse retirada, seguida a uma imediata renúncia.
No fundo, tratava-se de uma armadilha, um
blefe do chanceler prussiano, à qual Napoleão III caiu sem muita reflexão. A
questão não era realmente o trono espanhol, este era apenas uma isca, pois a
França deveria ser a potência agressora, estimulando os estados alemães a
lutarem em conjunto contra um agressor em comum: esta era a estratégia de
Bismarck.
A 19 de Julho de 1870, diante das negativas
dos alemães em retirar a candidatura ao trono espanhol, a França declarou
guerra à Prússia, e imediatamente o Estado Meridional da
Alemanha se colocou ao lado do rei da Prússia Guilherme I numa frente comum. Os
franceses conseguiram mobilizar um pouco mais de 200.000 homens, que
incorporaram no exército da Alsácia e da Lorena, sob ordens dos marechais Mac-Mahon
e Bazaine. Quanto aos alemães, formaram, num curto espaço de tempo, um forte
exército de 400.000 soldados, sob o comando supremo de Guilherme, que tinha a
seu lado como chefe de estado-maior um grande estratego, o marechal de campo
Helmuth von Moltke.
A batalha que decidiu o conflito foi a Batalha de Sedan, de 1 de setembro de 1870,
concluída com a rendição das tropas francesas e
a captura de Napoleão III.
O Tratado de
Frankfurt, assinado a 10 de maio de 1871, acabou com a guerra, acabando
por impor uma humilhante derrota à França, pois esta perdeu
parte das províncias de Alsácia e Lorena e teve que pagar uma pesada
indenização de guerra, aceitando ainda a ocupação alemã (agora como país
unificado) até à satisfação da dívida.
A nova Assembleia Nacional francesa, eleita para
negociar a paz, reuniu-se em Bordéus em 13 de Fevereiro e Adolphe Thiers foi
eleito como o primeiro presidente da Terceira República. Os pesados encargos
foram completamente saldados em Setembro de 1873, e nesse mesmo mês, depois de
uma ocupação de cerca de três anos, as tropas alemãs deixariam o solo francês.
Após a captura de Napoleão em Sedan, no mês de
setembro, e a tomada de Paris quatro meses mais tarde, a guerra foi
oficialmente encerrada pelo Tratado de Frankfurt. A França cedeu a maior parte
da Alsácia e da Lorena e concordou em pagar uma indenização de um bilhão de
dólares. A Guerra Franco-Prussiana destruiu um império e criou outro. Já vimos
que depois de ser Napoleão III aprisionado em Sedan o seu governo foi derrubado
em Paris e instaurou-se uma república provisória. 18 de janeiro de 1871,
ocasião em que Guilherme I da Prússia recebeu o título de imperador da
Alemanha. Bismarck, então alçado à dignidade de
príncipe, tornou-se o primeiro chanceler do império.
Constituição
do novo império: O governo assim criado não tinha senão
duas características que podiam ser positivamente considerados como
democráticos:
• Por um lado, o sufrágio
universal masculino nas eleições nacionais e,
• Pelo outro, o parlamento
com uma câmara baixa, ou Reichstag, eleita pelo voto popular.
A
outros respeitos, o sistema se adaptava muito bem ao governo conservador. Este
não era um simples chefe nominal, dispondo ao contrário de extensa autoridade
sobre o exército e a marinha, as relações exteriores, a promulgação e a
execução das leis. Embora o kaiser pudesse influenciar a promulgação das leis,
não tinha direito de veto.
Referência: ENGELS,
Friedrich. O Papel da violência na história. In: Marx: Engels. Obras
escolhidas. Tomo 03. Lisboa. Avante! 1985.
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