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Mostrando postagens de novembro, 2017

A liberdade dos antigos comparada com a dos modernos

CONSTANT, Benjamin. A liberdade dos antigos comparada com a dos modernos . Revista Filosofia Política, no. 02, Porto Alegre, 1975. Em 1819, Benjamin Constant pronunciou seu famoso discurso, "Sobre a Liberdade dos Antigos Comparada à dos Modernos", no qual introduziu a distinção entre duas concepções de liberdade, pretendendo demonstrar o anacronismo por trás das visões que intencionavam analisar a sociedade e a política moderna tendo por base a noção de liberdade dos antigos. Para entender a base argumentativa de Constant é preciso ter em mente a ideia de historicidade desenvolvida por este autor, segundo a qual a passagem do tempo histórico traz mudanças qualitativas no modo de ser da sociedade e dos seres humanos. Por isso, o conceito de liberdade pertinente em um tempo não tem validade em outro. Aqui está implícita uma ideia de historicidade que quebra a noção de tempo histórico como algo homogêneo ou cíclico, e coloca no lugar uma concepção de tempo linear, evolut

Momentos constitutivos do trabalho alienado (ou estranhado) em Marx

No livro Manuscritos Econômico- Filosóficos, mais precisamente na parte do livro sobre “O trabalho estranhado e a propriedade privada”, Karl Marx desenvolve a ideia de trabalho alienado ou estranhado. O autor alemão começa dizendo que o trabalho é uma atividade vital, entretanto o advento da sociedade da mercadoria e do capital traz uma mutação profunda no conceito de trabalho, que deixa de ser entendido como uma atividade humana, socialmente vital e passa a ser uma forma de produzir mercadoria para outrem, visando suprir necessidades e não mais carências. O trabalho, portanto, deixa ser visto como uma atividade vital e se torna uma mercadoria e, neste processo, “o trabalhador se torna quanto mais pobre, quanto mais riqueza produz” (Marx, p.80), pois não tem acesso aos bens que produziu. Neste contexto, a partir da ótica do trabalhador, o produto do seu trabalho se lhe defronta como um ser estranho. A efetivação do trabalho, conduz, assim, a “desefetivação” do sujeito, que perde