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Mostrando postagens de 2020

Covid-19 – Redes sociais e a politização da cura

  A pandemia de Covid-19 ampliou a utilização das plataformas digitais, configurando um ambiente propício para se analisar tanto as consequências do acúmulo de dados comportamentais nas mãos das gigantes digitais, quanto as disputas discursiva e os enquadramentos propagados nas redes sociais 1 , a fim de influenciar a opinião pública, principalmente no que diz respeito à politização da cura. C om o objetivo de explorar os modos através dos quais os discursos contra e a favor da eficácia da cloroquina no combate da pandemia são construídos, espalhados e como eles produzem certos tipos de enquadramentos , a pesquisa se dividiu em dois momentos: a) realizou-se um estudo quantitativo a partir da análise de rede de 10.000 mil tweets , para verificar o alcance e a formação de clusters , que refere-se ao processo de classificar os nós ou os links (edges ou ligações) de forma que aqueles com determinados atributos ou propriedades similares fiquem no mesmo "conglomerado" 2 , uti

Histórias que merecem ser contadas - Apontamentos sobre “Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem”

  “ Abena, minha mãe, foi violentada por um marinheiro inglês no convés do Christ the King, num dia de 16**, quando o navio zarpava para Barbados. Dessa agressão nasci. Deste ato de agressão e desprezo (CONDÉ, M. Eu, Tituba: Bruxa negra de Salém . Primeiro parágrafo 1 ) Sejam nas salas de aula, sejam nas conversas no dia a dia, aprendemos desde cedo a história da nossa terra natal e das pessoas que fizeram esta história possível. Aprendemos que existiu um homem chamado Cabral que descobriu o que hoje chamamos de Brasil, e que um outro homem chamado Dom Pedro II declarou a independência deste mesmo país. Mesmo que nada fosse pronunciado sobre a cor da pele destes homens, não seria difícil intuir que s ão homens brancos. Isso porquê estamos falando em um contexto que apenas os homens e brancos tinham voz ativa, que os possibilitava ditar os registros históricos, ou o regime de verdade, como certa vez escreveu o filósofo Foucault 2 . F ato que também se relaciona ao chamado l

Qual o valor dos dados dos alunos?

  Com a pandemia de Covid-19 as rotinas foram reorganizadas, e muito do que era cotidiano passou por profundas modificações, como o simples ato de ir para a escola. As aulas remotas se tornaram uma realidade para grande parte dos alunos brasileiros, o que, por um lado, trouxe novos desafios para estudantes e para educadores e, por outro, aumentou a oferta de dados para as empresas digitais. O governo de São Paulo, por exemplo, ampliou uma parceria que já mantinha com a Google, a fim de criar um ambiente funcional, prático e rápido para a interação entre alunos e professores 1 . Eles não estão sozinhos, segundo a apuração da “Educação Vigiada” 2 , mais de 72% das instituições públicas de ensino no país estão usando os serviços dig i tais das grandes plataformas, sendo 61% do Google e 11% da Microsoft. O que levanta a questão sobre a política de proteção dos dados dos alunos , afinal de contas estamos falando de dados de inteligência, que diz respeito a como a educação funciona