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A Ciência Política e o uso da metodologia das "ciências duras": uma análise do livro “Clouds, Clocks, and the Study of Politics”

 

Autores: Gabriel A. Almond and Stephen J. Genco. Publicado em: World Politics, Jul., 1977, Vol. 29, No. 4 (Jul., 1977), pp. 489-522


Clouds, Clocks and the Study of Politics”, escrito por Gabriel Almond e Stephen J. Genco, foi publicado em julho de 1977 no “World Politics”, periódico fundado em 1948. O artigo discute a forte tendência do campo da Ciência Política, à época, de empregar metodologias das chamadas ciências duras (as “hard sciences”) nas agendas de pesquisa da área.

Para prover aportes à leitura do artigo, é válido contextualizar que Gabriel Almond é um dos precursores do conceito de Cultura Política, entendido como um novo paradigma para a compreensão dos fenômenos políticos. A Cultura Política propõe um estudo do fato político por meio de uma abordagem comportamental, de modo a destacar a importância subjetiva do indivíduo na explicação sobre as orientações e atitudes políticas. A teoria da cultura política trabalha com a forma pela qual o sistema político é interiorizado e avaliado pelos membros da sociedade.

Conforme mencionado anteriormente, Almond e Genco tecem críticas a uma crescente aproximação da Ciência Política às metodologias próprias das ciências duras. Eles afirmam que houve uma vinculação indevida da ontologia e da epistemologia das ciências duras pela Ciência Política. Assim, para os autores, no anseio de tornar-se “científica”, a Ciência Política tem perdido contato com suas bases ontológicas. Almond e Genco apoiam a ideia de Popper sobre a heterogeneidade da realidade e a impossibilidade de um modelo teórico único, defendendo, assim, uma concepção pluralista da ciência.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro o que são postulados ontológicos e metodológicos, que guardam relação com os postulados epistemológicos. Postulados ontológicos se referem ao tipo de conexão que se estabelece com o mundo, como os pesquisadores conceituam o que estudam. Por um lado, a pesquisadora pode partir do princípio de que há uma separação entre a mente e o mundo; isto é, partir da ideia de que existe um mundo lá fora e que a partir da comparação entre a afirmação e o mundo seja possível afirmar a veracidade da afirmação. Esta percepção parte da ideia de que os objetos já estão dados, cabendo à pesquisadora entender as regularidades e as relações causais. Por outro lado, o pesquisador pode partir do princípio de que o processo de conhecimento está interligado à prática do pesquisador, de que o mundo não existe nele mesmo, de modo que inferências causais não são suficientes para o processo de análise.

Os postulados metodológicos influenciam nas metodologias e métodos adotados, assim como nos aspectos epistemológicos da pesquisa, isto é, como os observadores formulam e avaliam as observações sobre o mundo e sobre qual o tipo de análise que se pode realizar.

Qual seria então, as propriedades ontológicas da política? Para responder a esta questão, Almond e Genco partem do conceito de controle plástico pensado por Popper. A noção de controle plástico em Popper é construída a partir da metáfora das nuvens e dos relógios para ilustrar as determinações e as indeterminações dos sistemas físicos. Segundo Popper, o comportamento humano não segue sistemas rígidos e determinados como os mecanismos de um relógio, assim como não podem ser enquadrados na completa indeterminação (os saltos quânticos). Para se entender o comportamento racional é necessário algo intermediário entre o acaso absoluto e o determinismo perfeito, com o objetivo de entender como a deliberação, o propósito e as crenças podem causar mudanças físicas no mundo físico.

Na teoria de Popper, a liberdade não é puro acaso, mas resultado da interação entre o acaso e o controle (normas), daí a ideia de controle plástico, para se opor à concepção de controle férreo. O mundo físico seria, então, um sistema aberto, que opera por tentativa e erro. Por isso, as metodologias das ciências duras não conseguiriam explicar os fenômenos humanos e culturais, permeados de propriedades criativas e emergentes, que são os temas de estudo da Ciência Política.

Dentro do universo político, as elites decidem ordenar ou se abster, o que ordenar e como fazer com que se cumpra suas ordens. Cabe aos cidadãos decidir acatar estas ordens ou não, e de que forma realizá-las. Segundo Almond e Genco, estas relações não são necessariamente reativas, de modo a serem explicadas apenas a partir da noção de causa e efeito. Afinal, os sujeitos envolvidos têm um repertório amplo de conduta, que envolve a memória, o aprendizado, a persecução de objetivos. Além do mais, as decisões políticas estão sujeitas a uma complexa gama de restrições (ambientais, geográficas, tecnológicas, culturais, morais) e oportunidades.

As três bases metodológicas e epistemológicas das ciências exatas que teria sido apropriado indevidamente pela Ciência Política são:

1. A ideia de que o objetivo da ciência é o desdobramento de regularidades, o estabelecimento de leis gerais. Almond e Genco afirmam que as generalizações na política podem existir, mesmo sendo raras. A crítica dos autores se dirige àquelas posturas que sustentam que as regularidades e as generalizações são os únicos objetos apropriados da investigação política científica. A realidade política é composta por um conjunto de eleições e restrições, uma fonte tanto de regularidades quanto de inovação, por isso, a ciência política não deve se limitar apenas a uma parte da análise.


2. A explicação científica implica a explicação de eventos particulares a partir de leis. Aqui aparecem as seguintes perguntas: o que significa explicação na ciência política? As explicações, implicam necessariamente em generalizações e leis? Para analisar estas questões, Almond e Genco recorrem novamente ao conceito de “controle plástico” de Popper, a partir do qual afirmam que a plasticidade significa que se pode antecipar que haverá exceções a quaisquer generalizações realizadas sobre um fenômeno.


3. Os vínculos causais dos acontecimentos são entendidos como únicas relações científicas pertinentes. Diz respeito a ideia de que a explicação teria como base a noção de causalidade. Almond e Genco afirmam que as relações de poder não poderiam ser explicadas a partir apenas de relações causais, afinal envolvem sujeitos com objetivos, metas e recursos diferentes, portanto, não implicam em controle férreo.


Neste momento, cabe uma indagação. Almond e Genco criticam as teorias que querem limitar a Ciência Política à busca de regularidades, no sentido das ciências duras. Ao mesmo tempo, sustentam a noção de plasticidade trabalhada por Popper, a qual permite uma análise que leve em consideração a generalização, mas sem perder de vista os contextos no qual se insere os sujeitos, significa que se pode antecipar que haverá exceções a quaisquer generalizações realizadas sobre um fenômeno. Qual o grau de importância da generalização na Ciência Política para Almond e Genco? Qual o grau de importância da regularidade na objetividade da Ciência Política? Dito de outro modo: uma análise que não busque regularidades, que se paute no estudo dos contextos e das subjetividades, seria uma análise válida para a Ciência Política, segundo os autores?

Uma das consequências da valorização das ciências exatas é a ênfase no método como critério para avaliar a qualidade da investigação na ciência política. Não se deve cair no erro de utilizar modelos matemáticos para substituir os aspectos contingentes das escolhas e ações empíricas por premissas causais e generalizações, de modo a substituir as escolhas por um algoritmo que especifique um resultado necessário, derivado de um cálculo utilitário.

O debate sobre até que ponto um modelo matemático pode prever e até mesmo prescrever escolhas aparece na atualidade relacionado aos estudos sobre as tecnologias digitais, os algoritmos, e o Big Data. Até que ponto os algoritmos podem prever comportamentos? E mais, a partir do uso massivo de dados seria possível moldar as escolhas? Para alguns autores (O'neill, 2018, Mackenzie, 2008; Morozov, 2018) os algoritmos não expressam simplesmente o mundo, as intenções dos programadores, as funções e os processos que automatizam, mas executam performativamente ações sobre uma realidade que vai produzindo diferentes entidades à medida que agem. No caso do sistema financeiro, por exemplo, a modelagem e a dinâmica algorítmica, através dos modelos matemáticos e os sistemas de negociação financeira não apenas automatizam o cálculo do valor, mas também criam novas práticas e geram novos comportamentos dos gestores, analistas, ou investidores que incorporam as diligências de tais modelos na realização de suas escolhas..

A performatividade dos sistemas algorítmicos tem implicações na sociedade e na política, de forma que existe um “entrelaçamento constitutivo” em que “não somos apenas nós que criamos os algoritmos, eles também nos fazem” (INTRONA, HAYES 2011, 108), uma vez que os usuários reconfiguram suas práticas para se adequar aos algoritmos dos quais dependem (GILLESPIE, 2018, 98), o que permite que os algoritmos transformem o uso da previsão em uma forma de governança (MCQUILLAN, 2015, 564).

Assim, a partir da pretendida simbiose harmoniosa entre ser e máquina advogada pelo Vale do Silício, surge uma espécie de ecologia cibernética, na qual as máquinas administram a vida cotidiana (EVANGELISTA, 2018), organizando a agenda, prevendo as condições do tempo, sugerindo compras da semana, o que comer, quanto de exercício fazer para gastar o que foi consumido, que hotel reservar para o próximo compromisso profissional, em suma, ao administrar a vida, as máquinas a modulam, direcionando o que deve ou não ser feito. O poder que antes estava em instituições historicamente construídas, agora se desloca para ferramentas tecnológicas controladas por conglomerados digitais.

Não se trata, portanto, de um processo simplesmente de automação, no qual as máquinas realizam funções que antes eram realizadas por humanos, oferecendo mais comodidade e eficiência, mas processos de informatação (ZUBOFF, 2019), a partir dos quais as máquinas produzem informações a partir dos dados sobre a realidade daqueles que as utilizam e, neste processo, interferem no modo como o usuário percebe o mundo e suas relações. Em outras palavras, apesar das aparentes reivindicações de objetividade e neutralidade, os algoritmos estão tomados por decisões carregadas de valor e, deste modo, ajudam a criar o mundo que afirmam meramente mostrar (PASQUALE, 2016).

Nesta breve análise posta acima sobre a possibilidade de predição e prescrição dos algoritmos, há uma noção de regularidade (que permite a previsão) ligada aos aspectos culturais, sociais, às crenças e valores dos sujeitos (os dados comportamentais). Há, dessa maneira, um sistema, ou modelo matemático que guarda certas regularidades ao mesmo tempo que é retroalimentado pelos dados e feedbacks vindo das análises comportamentais dos sujeitos, isto é, admite exceções, modificações, adaptações. Portanto, surge mais uma pergunta: há aqui uma correlação com a noção de plasticidade de Popper?

Para dar mais aportes ao argumento do artigo, Almond e Genco ainda abordam discussões nos campos da Psicologia e da Economia, disciplinas consideradas pioneiras no uso de métodos estatísticos, modelos matemáticos e experimentação. Um debate corrente na Psicologia diz respeito ao ser humano, o grande objeto de estudo da área: como o ser humano deve ser conceitualizado? Surgem, então, discussões no campo sobre preceitos já estabelecidos – a “imagem do humano” como alguém que reage de forma passiva e impotente ao mundo passa a ser problematizado de forma crescente. Os autores citam Isidor Chein, que desafiou a ideia do ser humano passivo – pelo contrário, Chein ressalta a qualidade da liberdade humana, traçando um argumento que é, para os autores, semelhante ao de Popper. Nesse sentido, uma afirmação determinista de que escolha e ação estariam sob controle imutável e ferrenho (“cast-iron control”) de leis pré-estabelecidas é rejeitada em favor de uma abordagem que entende a autonomia humana na criação e na resposta aos estímulos do mundo. Um segundo “problema” da Psicologia, conforme os autores apontam, refere-se a que tipo de conhecimento os pesquisadores do campo esperam obter do ser humano. Psicólogas(os) e cientistas sociais usavam modelos das ciências naturais para extrair generalizações, mas, conforme o psicólogo educacional Lee Cronbach aponta, as leis das ciências sociais são mutáveis, e as generalizações fruto das metodologias das “hard sciences” podem não ser suficientes para analisar fenômenos psicossociais e o comportamento humano.

De maneira similar, a Economia também encontrava-se num momento de indagações e inflexão. O campo era visto como isolado, utilizando modelos explicativos que não dialogavam direta e suficientemente com o mundo “empírico”. Teóricos como Gunnar Myrdal e John Kenneth Galbraith chamavam a atenção para a tendência da Economia de se apropriar de métodos das ciências naturais; e essa aproximação - aqui chamada de indevida - dos modelos explicativos das “hard sciences” teria resultado numa insuficiência de conceitos e métodos para lidar adequadamente com a realidade social e política. Assim, para Almond e Genco, a questão, tanto com a Psicologia quanto com a Economia, seria de teor substantivo, uma vez que modelos fixos das ciências duras teriam uma limitação ao lidar com processos decisórios, que são influenciados por forças que estão além de modelos impessoais.

Portanto, os autores enxergam que os problemas com os quais a Psicologia e a Economia lidavam também tinham implicações para a Ciência Política, uma vez que os objetos de estudos destes campos estavam se tornando crescentemente políticos e menos suscetíveis a metodologias rígidas das ciências duras. Nesse contexto de discussões efervescentes, para Almond e Genco, a ciência é um compromisso para explorar e entender determinado setor da realidade empírica, e os métodos devem ser secundários e se ajustar à matéria de estudos da ciência política, de modo a não usar modelos que não representam a realidade. A ciência é entendida como uma atividade ou processo e não como um mero produto da lógica.

Uma ciência política que se enfoque apenas na busca de regularidades, que limitam a interpretação sobre a liberdade de escolha, deixaria de lado, segundo os autores, a característica principal da realidade política: o empenho em eliminar limitações e descobrir soluções ótimas.

Segundo Almond e Genco, não se trata de excluir a quantificação, mas ela não deve ser considerada um fim em si mesma, deve ser entendida como um meio para compreender os problemas políticos, que respeite as características especiais dos dados sociais.

A característica distintiva da realidade social, segundo Almond e Genco, é o comportamento adaptativo do ser humano. E a essência da ciência política é a análise da escolha em um contexto de restrição. Para alcançar os objetos da ciência política seria preciso colocar em um mesmo nível de análise a busca por regularidades, a busca de soluções a diversos problemas e a avaliação das soluções encontradas. Deste modo, as pesquisas em ciência política se pautariam no rigor, com a devida objetividade, sem perder de vista a importância dos aspectos institucionais, históricos e filosóficos próprios da ciência política.


Perguntas complementares:


  1. A teoria de David Easton se importa em analisar o processo de tomada de decisão no sistema político, para ele os sistemas políticos constituem-se um sistema aberto que interage com o meio no qual está inserido (contextos psicológico, social, biológico e físico), e que possui a capacidade de reformular estratégias e objetivos. O ponto central da teoria de Easton consiste na compreensão de como fazem os sistemas políticos para se manterem tanto em um mundo estável quanto em mudança. Nesta ideia de sistema está implicada a noção de causalidade, afinal a ideia de sistema se torna útil quando se parte do entendimento de que as partes envolvidas apresentam aspectos de causalidade e destino comum. Do contrário, caso não ocorra uma relação de interdependência entre as partes (inputs que geram outputs), ele se torna irrelevante, pois seus componentes são independentes, ou seja, a influência de um não afeta o outro. Quais as relações e os afastamentos que se pode perceber, de modo geral, entre a teoria de Easton e Almond/Genco, a partir da ideia de controle plástico defendido por estes últimos?

  1. Jon Elster (2009) procura demonstrar que a teoria racional não deve se focar apenas nos aspectos lógicos que levam o agente a agir, pois estes aspectos nunca são puramente lógicos, mas carregados de componentes culturais, subjetivos, que possuem peso importante no processo decisório. Quais as relações e distanciamentos que se pode estabelecer, de modo geral, entre as concepções de Almond e Genco com a teoria de Elster?

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